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O papel da atividade física na redução dos sintomas da depressão

O papel da atividade física na redução dos sintomas da depressão

Movimento e superação: o papel da atividade física na redução dos sintomas da depressão

É possível cuidar da saúde mental por meio do corpo? A ciência tem mostrado, com cada vez mais clareza, que sim. Em meio ao crescente número de casos de depressão em todo o mundo, buscar estratégias acessíveis e complementares ao tratamento tem se tornado essencial. Entre essas estratégias, a prática regular de atividade física se destaca como uma das mais eficazes. Mas por que se movimentar pode fazer tanta diferença para a mente? Abaixo, vamos lhe mostrar um pouco do papel da atividade física na redução dos sintomas da depressão:

Depressão é uma condição complexa, que vai muito além da tristeza passageira. Trata-se de um transtorno que afeta profundamente o humor, o comportamento e até a saúde física. Embora o tratamento medicamentoso e a psicoterapia sejam fundamentais, os estudos apontam que o exercício físico pode atuar como um poderoso aliado contra a depressão, tanto na prevenção quanto na redução dos sintomas.

O impacto da atividade física na saúde mental

Quando praticamos atividade física, nosso corpo libera neurotransmissores como a serotonina, dopamina e endorfina — substâncias que atuam diretamente no bem-estar emocional. Esses “mensageiros químicos” são os mesmos frequentemente desequilibrados em quadros depressivos. Por isso, exercitar-se regularmente ajuda a restaurar esse equilíbrio, melhorando o humor, reduzindo a ansiedade e promovendo uma sensação de prazer e recompensa.

Além disso, a prática constante contribui para uma melhora no sono, no apetite, na autoestima e na capacidade de concentração — aspectos frequentemente afetados pela depressão. Sentir-se mais disposto e produtivo, mesmo com pequenas evoluções diárias, já representa um grande avanço para quem convive com a doença.

Qualquer movimento conta

Um dos maiores equívocos é pensar que só atividades intensas ou de longa duração trazem benefícios. Caminhar pelo bairro, pedalar por alguns minutos, fazer alongamentos leves ou praticar uma dança em casa já são iniciativas válidas. O importante é movimentar o corpo dentro das suas possibilidades e limitações.

Estudos recentes mostram que 30 minutos de exercício moderado, três a cinco vezes por semana, já podem gerar impactos significativos nos sintomas da depressão. A regularidade é mais importante do que a intensidade. O que realmente importa é transformar o movimento em um hábito, respeitando o seu próprio ritmo e corpo.

Superando a inércia inicial

Para quem está enfrentando a depressão, iniciar qualquer atividade pode parecer um grande desafio. A falta de energia, o desânimo constante e a sensação de inutilidade são barreiras reais. Por isso, o primeiro passo muitas vezes precisa ser pequeno. Colocar uma roupa confortável, abrir a janela para respirar um pouco de ar fresco, dar alguns passos dentro de casa… tudo isso já pode ser considerado um início.

Nesses momentos, o apoio de amigos, familiares ou até de grupos de caminhada pode fazer diferença. Estabelecer metas realistas e celebrar pequenas conquistas diárias ajuda a manter a motivação. A prática de atividade física não precisa ser solitária — quando compartilhada, ela pode fortalecer vínculos e tornar-se ainda mais significativa.

A ciência confirma: atividade física como terapia complementar

Diversos estudos científicos reforçam os efeitos positivos do exercício sobre a saúde mental. Uma pesquisa publicada na revista JAMA Psychiatry, por exemplo, mostrou que pessoas fisicamente ativas têm 26% menos risco de desenvolver depressão, independentemente da idade ou do histórico clínico. Outros estudos sugerem que a atividade física pode ser tão eficaz quanto antidepressivos leves em alguns casos de depressão leve a moderada, principalmente quando associada à psicoterapia.

É importante, no entanto, destacar: a atividade física não substitui o acompanhamento profissional. É essencial buscar a orientação de um profissional da saúde mental antes de planejar uma rotina e até mesmo a forma como incluir a atividade física na realidade do paciente. O exercício entra como um reforço no cuidado, potencializando os efeitos dos demais tratamentos e ampliando a sensação de autonomia sobre a própria vida.

Movimento como forma de reconexão consigo mesmo

Além dos benefícios fisiológicos e químicos, movimentar-se pode ter um efeito simbólico importante: o de retomar as rédeas da própria rotina. Ao cuidar do corpo, damos um passo em direção ao autocuidado, à valorização pessoal e ao fortalecimento interno. Sentir-se mais forte, mesmo que aos poucos, ajuda a construir um novo olhar sobre si e sobre o mundo ao redor.

Escolher uma atividade que traga prazer também é fundamental. Nem sempre é preciso seguir uma planilha rígida ou metas de desempenho. O mais importante é perceber a si mesmo em movimento, como protagonista do próprio processo de melhora e superação.

Comece por você: um passo de cada vez

Incluir a atividade física na rotina pode parecer desafiador no início, mas pequenas mudanças já fazem diferença. Escolher uma atividade que traga prazer é essencial para manter a constância, e esse hábito saudável ainda pode proporcionar momentos de troca social. Práticas em grupo, como caminhadas, aulas coletivas ou esportes, promovem conexões interpessoais que também ajudam a aliviar sintomas depressivos, criando uma rede de apoio que vai além do exercício físico.

Mas é importante lembrar novamente: a atividade física não substitui o acompanhamento profissional. A depressão é um transtorno complexo e deve ser tratada com responsabilidade. Ao perceber sinais persistentes de sofrimento emocional, buscar orientação de psicólogos ou psiquiatras é um passo fundamental. Com acompanhamento adequado, o exercício se soma a um plano de cuidado mais amplo, tornando-se um poderoso aliado na promoção do bem-estar.

Link do estudo da revista “JAMA Psychiatry”: quantidades de atividade física reduzem o risco de depressão. JAMA. 2022;327(21):2066. doi:10.1001/jama.2022.8997. Disponível em:  https://jamanetwork.com/journals/jama/fullarticle/2792989?utm_source=chatgpt.com

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