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É verdade que sexo vicia? Especialistas respondem

É verdade que sexo vicia? Especialistas respondem

É verdade que sexo vicia? Especialistas respondem

O vício em sexo é classificado como um transtorno psicológico pela Organização Mundial da Saúde desde 2018. Ele pode gerar consequências físicas, como lesões genitais e infecções sexualmente transmissíveis, e problemas psicológicos, como ansiedade, irritabilidade, alterações no sono e dificuldade na concentração.
O desejo sexual é inerente ao ser humano e é um dos termômetros de qualidade de vida. Só que quando a prática sexual passa a beirar o excesso, o sexo pode se tornar um vício. Inclusive, a Organização Mundial da Saúde classificou o comportamento sexual compulsivo como um transtorno psicológico em 2018.

A psiquiatra Giovanna Brega Quinet de Andrade, da Clínica Revitalis, explica que o vício em sexo é entendido como uma grande dificuldade em controlar o impulso de transar, a ponto da pessoa continuar tendo relação sexual mesmo sem sentir prazer.

Luciana Inocêncio, psicóloga e psicanalista, aponta a dependência ainda faz com que a pessoa se torne mais insistente com o parceiro para que eles venham a ter mais relações sexuais, e passe a se masturbar com mais frequência. “Outro sinal é usar mais do seu tempo e/ou do seu dinheiro com pornografia e prostituição, e abandonar completamente suas obrigações profissionais, familiares e estudos”, completa.

O vício em sexo acontece porque, de acordo com a psiquiatra Livia Castelo Branco, da Holiste Psiquiatria, transar libera substâncias relacionadas ao prazer, principalmente dopamina. Logo, o cérebro vai incentivar a prática sexual cada vez mais para que ele venha a se sentir compensado.

Quais são as causas do vício em sexo?

A compulsão sexual, assim como outros transtornos mentais, tem causa multifatorial, envolvendo fatores genéticos, da personalidade e da história de vida do paciente, além de fatores ambientais, físicos e emocionais
— Livia Castelo Branco, psiquiatra

Caso o paciente tenha histórico familiar de dependência química e de outras compulsões, como a de comida e a de compras, as chances dele ter compulsão sexual são maiores.

O mesmo vale para caso a pessoa seja impulsiva, tenha tido privação material e afetiva ao longo da vida ou ainda tenha sofrido abuso sexual na infância. Há ainda situações em que o vício em sexo é causado por outros transtornos psicológicos, como a bipolaridade, em que, nas fases de mania, a pessoa pode ficar obcecada em transar.

As consequências do vício em sexo

“Do ponto de vista físico podem haver lesões genitais, infecções sexualmente transmissíveis e perda de peso pela atividade física extenuante”, enumera Branco.

Já psicologicamente, o vício em sexo pode causar sofrimento psíquico, uma vez que a pessoa sente que perdeu o controle sobre o próprio corpo e em relação a vontade de manter relações sexuais por prazer. Esse sofrimento psíquico é visto por meio de ansiedade, irritabilidade, alterações no sono e dificuldade na concentração.

“O comportamento pode causar ainda isolamento social, conflitos familiares, prejuízo financeiro e redução da produtividade no trabalho”, completa a psiquiatra da clínica Revitalis.

É possível tratar vício em sexo?

Inocêncio explica que, como o vício em sexo é classificado como um transtorno mental, o principal tratamento indicado neste caso é a psicoterapia.

A busca pelo psiquiatra pode ser importante também. “Ele pode receitar remédios que diminuam quimicamente o desejo sexual, conseguindo, assim, minimizar os sentimentos de menos valia e de depressão associados ao quadro”, completa a psicóloga e psicanalista.

Os grupos de apoio também podem ser importantes aliados para que a pessoa consiga expor o que sente e se sinta acolhida ao ouvir histórias semelhantes a sua.

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