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Encerrar ciclos abre novos caminhos! Entenda

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Você está tendo que tomar decisões difíceis e encerrar ciclos? Entenda a importância dessas atitudes para abrir os seus caminhos

Saúde mental na menopausa: sintomas e como amenizá-los

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O fim do ciclo menstrual feminino pode ser marcado por efeitos negativos sobre o bem-estar das mulheres; especialista explica como aliviar esses distúrbios

Os sintomas da menopausa estão atrelados, em sua maioria, a questões físicas que acometem as mulheres durante o período que marca o último ciclo menstrual de suas vidas. No entanto, pouco se fala sobre como o climatério pode afetar a saúde mental, já que um dos principais sintomas apresentados neste período é a depressão, de acordo com o Dr. Sérgio Rocha, médico psiquiatra e diretor da Clínica Revitalis, referência em tratamento psicológico.

O bem-estar mental das mulheres está, desde a primeira menstruação, relacionado ao ciclo menstrual devido às variações hormonais provocadas por ele. Por vezes, acabam sofrendo de transtornos mentais específicos, como a disforia pré-menstrual e a depressão perinatal, entre outros. Por isso, não é diferente na menopausa, a qual é marcada por manifestações como a diminuição da libido, depressão e a “névoa mental”, podendo ser caracterizada por mudanças cognitivas e confusão mental e é causada pela baixa nos níveis de estrogênio no corpo.

Uma pesquisa realizada pela Newson Health Research and Education, mostrou que 99% das mulheres considera que o declínio na saúde mental a prejudica profissionalmente. Portanto, é importante entender que sintomas são esses e se há maneiras de aliviá-los.

Como a menopausa impacta a saúde mental das mulheres?

Além dos sintomas da depressão, a redução da libido e a névoa mental, a menopausa também pode ser marcada pela irritabilidade, principalmente causada pelos sintomas físicos típicos do climatério, como é chamada a transição fisiológica do período reprodutivo para o não reprodutivo na mulher. “A mulher pode acabar se sentindo irritada mais frequentemente conforme os sintomas do climatério aparecem, entre eles as ondas de calor, tonturas, suores noturnos que prejudicam inclusive a qualidade do sono”, explica o psiquiatra.

Aliviando os sintomas

Felizmente, há formas de aliviar esses sintomas. Uma delas é manter uma alimentação regrada e nutritiva. Nesse caso, é importante o acompanhamento nutricional.

A saúde mental pode ser muito beneficiada por uma alimentação rica em nutrientes como os antioxidantes, apontou um estudo realizado na Universidade de Caxias do Sul. Segundo a pesquisa, mulheres com menor consumo de polifenóis e de vitaminas como a A, a B6 e a C apresentaram maior predominância de depressão. A explicação para isso é que os antioxidantes combatem o processo oxidativo do organismo, o qual está ligado ao estresse e à depressão.

Além da dieta, é recomendável fazer acompanhamento psicológico, garante o Dr. Sérgio. “Por se tratar de uma transição importante na vida da mulher e por estar comumente conjugada com outros transtornos mentais”, afirma o psiquiatra.

Não só, manter uma rotina regular de exercícios físicos pode ajudar no alívio do estresse e, por provocar a liberação de dopamina e serotonina, combate a depressão. “Movimentar o corpo pode ser o maior aliado da mulher no que diz respeito ao combate dos sentimentos indesejados que podem surgir durante a menopausa”, reitera o psiquiatra.

Seis benefícios dos animais para pessoas com transtornos psicológicos

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De acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil possui a maior prevalência de transtornos de ansiedade do mundo. Isso porque aproximadamente 9,3% dos brasileiros sofrem de ansiedade patológica. Quando não tratada adequadamente, ela pode desencadear outros transtornos psicológicos, como a depressão, que atinge cerca de 300 milhões de pessoas no mundo, conforme dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Nesse sentido, a presença de animais de estimação tem mostrado ser uma fonte valiosa de apoio para indivíduos que enfrentam ansiedade e depressão, oferecendo benefícios significativos para a saúde mental. Segundo um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Basel, na Suíça, as interações com cachorros são benéficas para as atividades cognitivas e emocionais do cérebro.

1. Companhia consoladora
A companhia constante de um animal de estimação oferece um apoio emocional incondicional, proporcionando conforto nos momentos difíceis. Além disso, animais não fazem julgamentos. Ter um companheiro que escuta sem criticar ajuda a criar um ambiente seguro para expressar emoções sem medo de rejeição.

Para a psiquiatra Emily Gomes de Souza, da clínica Revitalis, “os pets trazem alegria para a nossa vida, senso de cuidado e companheirismo. Quando a pessoa chega em casa e vê o seu cachorro todo feliz ao encontrar o dono, sem julgamentos e sem restrições, a sensação é de acolhimento”.

2. Redução do estresse e ansiedade
A interação com animais pode reduzir significativamente os níveis de estresse e ansiedade, promovendo uma sensação de calma e relaxamento. De acordo com o médico-veterinário da Petlove Pedro Risolia, “os pets são ótimos companheiros para acalmar e aliviar o estresse. Ao interagir com um cachorro, por exemplo, os níveis de ocitocina aumentam, trazem a sensação de bem-estar e diminuem níveis de ansiedade”.

3. Propósito e responsabilidade
A responsabilidade de cuidar de um animal proporciona um senso de propósito e realizações diárias, estimulando a autoestima e a motivação para enfrentar os desafios. “Os pets possuem sentimentos e necessidades, que serão percebidos ao longo do convívio. Isso faz com que o tutor tenha uma noção maior sobre respeito e empatia com as pessoas ao seu redor”, acrescenta Pedro Risolia.

4. Distração positiva
A interação com animais oferece uma distração positiva, desviando o foco de pensamentos negativos e proporcionando momentos de alegria e descontração. “Essa interação traz diversos efeitos biológicos na frequência cardíaca e ativa indicadores neuroquímicos de comportamento afiliativo, que é a liberação de dopamina, prolactina e endorfina. Observa-se também a redução na concentração sérica do cortisol, hormônio relacionado ao estresse”, explica Emily Gomes de Souza.

5. Estímulo à atividade física
Cuidar de um animal muitas vezes envolve atividades físicas, como passeios e brincadeiras, contribuindo para a liberação de endorfinas que melhoram o humor.

6. Rotina e estrutura
A necessidade de alimentar, cuidar e passear com um animal cria uma rotina diária, fornecendo estrutura e estabilidade, o que pode ser particularmente benéfico para quem lida com a depressão.

É importante notar que, embora os animais de estimação possam oferecer benefícios significativos, eles não substituem tratamentos médicos adequados. Pessoas com transtornos psicológicos devem procurar orientação profissional para um suporte abrangente.

Convívio com pets contribui para a saúde mental

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Janeiro Branco: convívio com pets contribui para a saúde mental

Janeiro é o mês dedicado à conscientização para os cuidados com a saúde mental. A campanha Janeiro Branco busca sensibilizar a população sobre a importância do cuidado com o bem-estar emocional, incentivando a prevenção dos transtornos psicológicos.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 12,7% dos brasileiros têm diagnóstico médico para depressão e 26,8% para ansiedade. A maior parcela deste quantitativo, 31,6%, é jovem, com idade entre 18 e 24 anos.

A interação com animais de estimação, como cães e gatos, pode desempenhar um papel significativo na melhoria da saúde mental e emocional das pessoas, explica o médico-veterinário da Petlove, Pedro Risolia.

“Os pets são ótimos companheiros para acalmar e aliviar o estresse. Ao interagir com um cachorro, por exemplo, os níveis de ocitocina aumentam, trazem a sensação de bem-estar e diminui níveis de ansiedade”, diz.

Para a psiquiatra Emily Gomes de Souza, da clínica Revitalis, “os pets trazem alegria para a nossa vida, senso de cuidado e companheirismo. Quando a pessoa chega em casa e vê o seu cachorro todo feliz ao encontrar o dono, sem julgamentos e sem restrições, a sensação é de acolhimento”.

Pets estimulam a empatia

Um estudo conduzido pela Universidade do Estado de Washington, nos Estados Unidos, revelou que a presença de gatos pode contribuir para a redução do estresse, especialmente em pessoas sensíveis.

A pesquisa indicou que indivíduos mais propensos a se conectarem emocionalmente também se mostraram mais abertos a interações com felinos, além de lidarem melhor com a vida acadêmica.

Outro estudo, desta vez realizado pela Universidade de Basel, na Suíça, mostrou os efeitos da interação com cães na saúde mental das pessoas. O ato de acariciar o cachorro apresentou um grande potencial terapêutico para pessoas com ansiedade e depressão.

Além disso, outra vantagem que a convivência com pets traz é a empatia, que ajuda na interação social. “Os pets possuem sentimentos e necessidades, que serão percebidos ao longo do convívio. Isso faz com que o tutor tenha uma noção maior sobre respeito e empatia com as pessoas ao seu redor”, conclui Pedro Risolia.

Cuide da saúde mental através da Arquitetura

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Cuide da saúde mental através da arquitetura e de outros aspectos da casa

Investir em um projeto pautado pela neuroarquitetura, manter a organização, exercitar-se e contar com a companhia de pets são algumas das dicas; veja mais!

Por ser o primeiro mês do ano, janeiro nos inspira a refletir sobre as nossas vidas e a maneira com a qual as vivemos. Por esta mesma razão, foi o mês escolhido para conscientizar a sociedade sobre a importância da saúde mental e emocional através da campanha Janeiro Branco.

Dos muitos cuidados que podemos adotar para uma vida mais tranquila e saudável, há alguns relacionados à rotina em casa. Uma das estratégias, por exemplo, é criar ambientes que promovam bem-estar e qualidade de vida – exatamente o que defende a neuro arquitetura.

Se você nunca ouviu falar deste termo, trata-se da comunhão entre a neurociência e a arquitetura, que busca analisar os impactos do ambiente físico no comportamento humano, enquanto fornece ferramentas para a concepção de ambientes pautada no bem-estar.

Afinal, como afirma a arquiteta Priscilla Bencke, co-fundadora da NEUROARQ® Academy, todo espaço exerce uma influência significativa em nosso corpo e cérebro.

“O propósito da neuroarquitetura é compreender como o espaço influencia nosso sistema nervoso e, igualmente importante, como afeta nosso comportamento e interação com todos os sistemas envolvidos”, explica.Aplicar a neurociência à arquitetura, portanto, também é buscar criar espaços que propiciem uma experiência mais positiva e saudável para as pessoas que os usam.

Como considerar a saúde mental no projeto

Priscilla explica que o projeto de ambientes eficientes não se baseia apenas em parâmetros técnicos, como legislação, ergonomia e conforto ambiental, mas também considera aspectos subjetivos – a exemplo de emoção, felicidade e bem-estar.

Importantes fatores, como percepção espacial, iluminação, cores e temperatura, contribuem para esses aspectos subjetivos mencionados, mas as suas aplicações variam conforme o caso.

Como, então, projetar um espaço priorizando a saúde mental? Para a arquiteta Gabi Sartori, também fundadora da NEUROARQ® Academy, não há uma regra geral, mas ela traz alguns exemplos. “Aproveitar a luz natural pode melhorar o humor e a produtividade, enquanto incorporar plantas, água e elementos naturais nos espaços internos e externos pode reduzir o estresse e aumentar a sensação de bem-estar”, diz.

Por sua vez, diferentes cores e texturas podem ter efeitos variados no humor e na cognição, e projetar espaços com boa acústica pode reduzir o estresse causado por ruídos indesejados, explica a profissional.

Por outro lado, há aquilo que devemos evitar para não criar um ambiente estressante. Segundo Gabi e Priscilla, essa lista inclui luz inadequada, ruído constante, falta de espaço pessoal, ausência de elementos naturais, má qualidade do ar e a falta de consideração pelas necessidades de todos os usuários.

Emily Gomes de Souza, psiquiatra da clínica Revitalis, acrescenta importantes dicas: “A nossa casa, na maior parte das vezes, é o nosso refúgio. Acredito que manter um ambiente organizado, limpo, com espaço adequado para descansar, cozinhar, ler e se exercitar seja algo necessário”, diz.

Como as arquitetas, Emily defende a incorporação de elementos da natureza no projeto, como plantas e luz solar. “Além disso, cada ambiente da casa deve ser pensado para nos estimular a fazer determinada atividade. Um cômodo com mais claridade e luz solar, por exemplo, pode nos estimular a meditar em casa. Já um quarto com iluminação baixa e confortável nos estimula a preparar o corpo para iniciar o sono”, explica.

Pets, grandes aliados da saúde mental

Há, ainda, outros aliados da saúde mental quando o assunto é cuidado em casa: os pets. Tê-los ao seu lado pode ser a chave para uma rotina mais feliz e tranquila.

“Diversos estudos têm sido realizados a fim de provar cientificamente que a companhia dos pets pode aumentar nossos indicadores neuroquímicos de comportamentos afiliativos, como endorfina, prolactina e dopamina”, diz Emily.

Para citar uma dessas investigações, em 2023 foi publicado um estudo na revista científica Frontiers in Public Health sobre a influência dos bichos na vida diária física e mental dos seres humanos.

“Os resultados mostraram que as pessoas que possuíam pets acabam por fazer mais exercício físico e possuíam maiores níveis suporte social, felicidade, satisfação com a vida, autorregulação e menores níveis de solidão do que aquelas que não possuíam”, comenta a psiquiatra, que acrescenta que a sua maior alegria ao fim de um dia de trabalho é chegar em casa e ser recebida por seu cachorro com aquela alegria inesgotável.

6 Benefícios dos animais os transtornos psicológicos

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6 benefícios dos animais para pessoas com transtornos psicológicos

De acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil possui a maior prevalência de transtornos de ansiedade do mundo. Isso porque aproximadamente 9,3% dos brasileiros sofrem de ansiedade patológica. Quando não tratada adequadamente, ela pode desencadear outros transtornos psicológicos, como a depressão, que atinge cerca de 300 milhões de pessoas no mundo, conforme dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Nesse sentido, a presença de animais de estimação tem mostrado ser uma fonte valiosa de apoio para indivíduos que enfrentam ansiedade e depressão, oferecendo benefícios significativos para a saúde mental. Segundo um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Basel, na Suíça, as interações com cachorros são benéficas para as atividades cognitivas e emocionais do cérebro.

Por isso, a seguir, confira algumas vantagens dos animais para pessoas com transtornos psicológicos!

1. Companhia consoladora 

A companhia constante de um animal de estimação oferece um apoio emocional incondicional, proporcionando conforto nos momentos difíceis. Além disso, animais não fazem julgamentos. Ter um companheiro que escuta sem criticar ajuda a criar um ambiente seguro para expressar emoções sem medo de rejeição.

Para a psiquiatra Emily Gomes de Souza, da clínica Revitalis, “os pets trazem alegria para a nossa vida, senso de cuidado e companheirismo. Quando a pessoa chega em casa e vê o seu cachorro todo feliz ao encontrar o dono, sem julgamentos e sem restrições, a sensação é de acolhimento”.

2. Redução do estresse e ansiedade 

A interação com animais pode reduzir significativamente os níveis de estresse e ansiedade, promovendo uma sensação de calma e relaxamento. De acordo com o médico-veterinário da Petlove Pedro Risolia, “os pets são ótimos companheiros para acalmar e aliviar o estresse. Ao interagir com um cachorro, por exemplo, os níveis de ocitocina aumentam, trazem a sensação de bem-estar e diminuem níveis de ansiedade”.

Cuidar de um animal de estimação aumenta a percepção de respeito e empatia

3. Propósito e responsabilidade 

A responsabilidade de cuidar de um animal proporciona um senso de propósito e realizações diárias, estimulando a autoestima e a motivação para enfrentar os desafios. “Os pets possuem sentimentos e necessidades, que serão percebidos ao longo do convívio. Isso faz com que o tutor tenha uma noção maior sobre respeito e empatia com as pessoas ao seu redor”, acrescenta Pedro Risolia.

4. Distração positiva 

A interação com animais oferece uma distração positiva, desviando o foco de pensamentos negativos e proporcionando momentos de alegria e descontração. “Essa interação traz diversos efeitos biológicos na frequência cardíaca e ativa indicadores neuroquímicos de comportamento afiliativo, que é a liberação de dopamina, prolactina e endorfina. Observa-se também a redução na concentração sérica do cortisol, hormônio relacionado ao estresse”, explica Emily Gomes de Souza.

5. Estímulo à atividade física 

Cuidar de um animal muitas vezes envolve atividades físicas, como passeios e brincadeiras, contribuindo para a liberação de endorfinas que melhoram o humor.

6. Rotina e estrutura 

necessidade de alimentar, cuidar e passear com um animal cria uma rotina diária, fornecendo estrutura e estabilidade, o que pode ser particularmente benéfico para quem lida com a depressão.

É importante notar que, embora os animais de estimação possam oferecer benefícios significativos, eles não substituem tratamentos médicos adequados. Pessoas com transtornos psicológicos devem procurar orientação profissional para um suporte abrangente.

Universitários abusam de remédios tarja preta

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Universitários abusam de remédios tarja preta: compra clandestina é fácil

Ansiedade, estresse, cansaço excessivo, falta de atenção. Para evitar que problemas como esses atrapalhem os estudos, alguns universitários estão seguindo um caminho perigoso: o da automedicação, usando remédios controlados, vendidos só com receita e indicados para tratar transtornos que não têm.

É o caso do Caio*, estudante de direito em uma universidade privada do Rio de Janeiro. Por indicação de um amigo, ele começou a tomar Ritalina (remédio usado para tratar o TDAH – transtorno de déficit de atenção com hiperatividade, entre outras doenças) para driblar o cansaço e “ficar ligado” quando chega a época de provas ou precisa finalizar trabalhos. “Sei dos riscos, mas sem o remédio eu fico sem bateria para estudar, dificulta muito”, disse.

Mesmo sem receita, o estudante carioca diz que foi fácil comprar o medicamento tarja preta: “Meu amigo conhecia um colega que vendia sem prescrição”.

Realmente, adquirir esse tipo de remédio no mundo universitário foi uma tarefa simples até para a reportagem de VivaBem. Após conversar com alguns alunos da USP, que pediram para manter sua identidade em sigilo, ficamos sabendo da existência de uma conta comercial no WhatsApp chamada “USP Tarja Preta”, que vende remédios controlados sem receita.

O perfil promete entregar os medicamentos gratuitamente na Cidade Universitária da USP (Butantã), nas faculdades de Medicina e Saúde Pública da USP (ambas na Avenida Dr. Arnaldo) e na Universidade Mackenzie, todas em São Paulo. Em outros locais da cidade os produtos são envidados por aplicativos de entrega. Já em outros municípios e estados, o envio é feito pelo correio.

O medicamento chegou cerca de dez dias após o pedido. Combinamos a retirada na Cidade Universitária. Depois de receber o pagamento em dinheiro, o rapaz nos entregou o remédio (que está na foto de abertura desta reportagem) com a embalagem lacrada e aparentemente original, sem fazer qualquer pergunta.

Bruno Pascale Cammarota é médico psiquiatra pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques e professor de farmacologia em cursos de medicina. Ele diz que a automedicação é perigosa (explicamos os risco mais abaixo), mas não é rara entre os universitários, que costumam consumir duas classes de remédios controlados:

“Os benzodiazepínicos, chamados calmantes, geralmente são buscados pelos jovens que estão iniciando a faculdade. Nessa fase, os estudantes ficam muito ansiosos, alguns estão em uma graduação em cursos integrais, como os de medicina, e precisam de uma adaptação, por isso recorrem a esses medicamentos.”

Segundo o especialista, à medida que o curso vai avançando e ficando mais exigente, o que requer maior dedicação dos alunos, eles passam a usar substâncias estimulantes, como a Ritalina, consumida por Caio.

Paulo*, estudante de química na USP, é outro que já recorreu aos remédios controlados vendidos clandestinamente.

Diagnosticado com ansiedade e depressão antes de entrar na universidade, ele faz tratamento com psicóloga e psiquiatra e usa o medicamento com acompanhamento de especialistas. Porém, quando ficou sem a receita, em vez de marcar uma consulta médica, buscou o remédio no “mercado paralelo”.

“Comprei recentemente e foi bem fácil, apenas tive que pagar um pouco mais do que o valor que estou acostumado. Eu tenho consciência de que a automedicação pode causar consequências nocivas à minha saúde, mas também sei que isso é um costume bastante normal entre os brasileiros”, afirmou o estudante.

Os perigos da automedicação

Não há números oficiais de quantos estudantes universitários se automedicam nem do número de remédios vendidos no mercado paralelo, sem prescrição médica. Mas a automedicação é um problema conhecido em nosso país.

Um estudo feito em 2022 pelo ICTQ (Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico) aponta que quase 90% dos brasileiros usam medicamentos sem orientação médica.

Sérgio Rocha, médico psiquiatra e especialista em dependência química pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), alerta que, além da possibilidade real de morte pelo uso excessivo, o consumo de medicamentos sem prescrição pode causar dependência.

Inúmeras vezes recebi pacientes que estavam se medicando por conta própria. Eles tinham desenvolvido uma relação de dependência com a droga, não apenas química propriamente dita, como também afetiva, não conseguindo mais funcionar minimamente sem o remédio

Sérgio Rocha, psiquiatra

A automedicação — e isso vale para qualquer remédio que não seja isento de prescrição, e não só os tarjas pretas — ainda pode trazer problemas como:

  • intoxicação
  • efeitos colaterais descritos na bula
  • mascaramento de doenças
  • interações medicamentosas perigosas
  • diagnóstico errado de doenças
  • atraso na busca por uma doença (e no início de seu tratamento)
  • agravamento de doenças
  • lesões no fígado
  • insuficiência renal
  • sangramento no estômago e intestino

A psicanalista Elisandra Souza, especialista em psicanálise e linguagem pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), diz que é necessário haver diálogo entre pais, alunos e instituições de ensino para coibir a automedicação no meio universitário.

“É fundamental conscientizar sobre os riscos, incentivar os universitários a buscarem orientação médica e educá-los sobre o uso responsável de medicamentos.”

Remédio clandestino pode dar cadeia

Ao adquirir remédio sem prescrição e de procedência desconhecida, a pessoa corre o risco de levar para casa uma falsificação ou um medicamento fora do prazo de validade, o que também coloca em risco a saúde.

O advogado e educador da AC Advocacia Anderson Cruz explica que “a venda e a obtenção de medicamentos de uso controlado sem receita médica podem ser consideradas crime e até enquadradas como tráfico de drogas” (especialmente quem vende). Segundo ele, a pena pode variar entre cinco e 15 anos de prisão.

O advogado diz ainda que a Anvisa penaliza farmácias e drogarias que vendem medicamentos controlados sem receita médica. A multa aplicada pode variar de R$ 2 mil até R$ 1,5 milhão, passando pela interdição e até cancelamento de alvará do estabelecimento.

O farmacêutico que vende os medicamentos de uso controlado sem prescrição está sujeito a instauração do procedimento administrativo que pode culminar na cassação do registro no CFF (Conselho Regional de Farmácia).

O que diz a USP

A Universidade de São Paulo afirma não ter sido informada sobre nenhuma ocorrência de venda de remédios dentro de suas dependências.

Em nota, a assessoria de imprensa da universidade declarou que: “a venda de medicamentos sem prescrição é uma ilegalidade que deve ser enfrentada por outras instâncias estatais (civis, criminais). Do ponto de vista da universidade, para o enfrentamento pelo regime disciplinar administrativo é preciso que recebamos uma notícia formal dos fatos para que possam ser apurados, o que ainda não aconteceu. Mais uma vez, nos preocupamos e repudiamos a venda de medicamentos sem prescrição médica. Planejamos também realizar uma campanha de esclarecimento sobre os riscos envolvidos no uso de medicações psiquiátricas sem prescrição médica, voltada a toda a comunidade acadêmica”.

Universidades oferecem ajuda

A pandemia de covid-19 teve uma influência significativa na piora da saúde mental dos universitários brasileiros: 87% dos alunos com idade entre 18 a 21 anos afirmaram que houve aumento de estresse e ansiedade, segundo o estudo Global Student Survey 2021, da Chegg.org.

A pandemia triplicou o número de atendimentos, sobretudo entre os estudantes universitários, no qual observamos um crescimento relevante de casos de ansiedade e ataques de pânico

Bruno Cammarota, psiquiatra.

Por causa disso, muitas universidades têm investido em ações para cuidar da saúde mental dos estudantes, com palestras, rodas de conversa, consultas psiquiátricas e psicológicas, terapias.

A USP, por exemplo, conta com o Programa Ecos (Escuta, Cuidado e Orientação em Saúde Mental), iniciativa que oferece acolhimento e orientação para as demandas de toda a comunidade. A escuta é conduzida por uma equipe especializada composta por dois psicólogos, três assistentes sociais e um enfermeiro.

*O nome dos personagens foi alterado a pedido dos entrevistados.

Revitalis: Empatia e Suporte na Saúde Mental

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Revitalis: Empatia e Suporte na Saúde Mental

Incentive a comunidade a compartilhar suas experiências, promovendo empatia e compreensão sobre saúde mental. Combater o estigma acerca do tema e buscar ajuda profissional quando necessário, não diminui ninguém.

Essa conversa precisa ser franca! E nós, da Clínica Revitalis, podemos ajudar!

Possuímos todos os recursos necessários para auxiliar em situações de fragilidade e momentos difíceis. Pois é preciso lembrar que ninguém está sozinho! Oferecemos o suporte adequado para sua jornada de bem-estar.

Entrem em contato.

Pets são “remédio” para a saúde emocional

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Pets são “remédio” para a saúde emocional

No Janeiro Branco, mês de conscientização sobre cuidados com a saúde emocional, é sempre bom lembrar que pesquisas demonstram que cães e gatos podem desempenhar um papel significativo no bem-estar emocional. “Os pets são ótimos companheiros para acalmar e aliviar o estresse”, diz o médico-veterinário da Petlove Pedro Risolia. “Ao interagir com um cachorro, por exemplo, os níveis de ocitocina aumentam, trazem a sensação de bem-estar e diminui níveis de ansiedade”. A médica psiquiatra Emily Gomes de Souza, da clínica Revitalis, concorda. “Os pets trazem alegria para a nossa vida, senso de cuidado e companheirismo. Quando a pessoa chega em casa e vê o seu cachorro todo feliz ao encontrar o dono, sem julgamentos e sem restrições, a sensação é de acolhimento”.

Um estudo conduzido pela Universidade do Estado de Washington, destacado pelo blog da Petlove, revelou que a presença de gatos pode contribuir para a redução do estresse, especialmente em pessoas sensíveis. A pesquisa, que fez um recorte da interação entre gatos e estudantes universitários, resultou em benefícios mentais, indicando que indivíduos mais propensos a se conectarem emocionalmente também se mostraram mais abertos a interações com felinos, além de lidarem melhor com a vida acadêmica.

Já pesquisadores da Universidade de Basel, na Suíça, estudaram os efeitos positivos da interação com cães na saúde mental das pessoas. Ao acariciar cachorros, a atividade cerebral pré-frontal, associada ao gerenciamento de emoções e interações sociais, apresentou uma resposta positiva. Os benefícios dessa relação persistiram mesmo após o fim do contato com os animais, indicando um potencial terapêutico para pessoas com déficits socioemocionais, como ansiedade e depressão.

Cientificamente comprovado que a convivência com pets traz inúmeros benefícios para o bem-estar humano, tanto físico quanto emocional. A presença dos animais de estimação tem um impacto direto nos sentimentos da população, proporcionando alívio e melhora na qualidade de vida. Segundo Pedro Risolia, outra vantagem que a convivência com pets traz é a empatia, que ajuda na interação social. “Os pets possuem sentimentos e necessidades, que serão percebidos ao longo do convívio. Isso faz com que o tutor tenha uma noção maior sobre respeito e empatia com as pessoas ao seu redor”, afirmou.

Pessoas que têm animais de estimação apresentam um alívio no estresse, redução da ansiedade e podem até mesmo melhorar quadros depressivos. Durante o Janeiro Branco, é essencial lembrar que para cuidar da nossa saúde mental, a presença afetuosa dos nossos companheiros peludos pode fazer uma diferença significativa em nossa jornada rumo ao bem-estar emocional.
A psiquiatra da clínica Revitalis destaca um estudo publicado em 2021 na Frontiers in Veterinary Science: “Esssa interação traz diversos efeitos biológicos na frequência cardíaca e ativa indicadores neuroquímicos de comportamento afiliativo, que é a liberação de dopamina, prolactina e endorfina. Observa-se também a redução na concentração sérica do cortisol, hormônio relacionado ao estresse”, finaliza a Emily Gomes de Souza.

É verdade que sexo vicia? Especialistas respondem

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É verdade que sexo vicia? Especialistas respondem

O vício em sexo é classificado como um transtorno psicológico pela Organização Mundial da Saúde desde 2018. Ele pode gerar consequências físicas, como lesões genitais e infecções sexualmente transmissíveis, e problemas psicológicos, como ansiedade, irritabilidade, alterações no sono e dificuldade na concentração.
O desejo sexual é inerente ao ser humano e é um dos termômetros de qualidade de vida. Só que quando a prática sexual passa a beirar o excesso, o sexo pode se tornar um vício. Inclusive, a Organização Mundial da Saúde classificou o comportamento sexual compulsivo como um transtorno psicológico em 2018.

A psiquiatra Giovanna Brega Quinet de Andrade, da Clínica Revitalis, explica que o vício em sexo é entendido como uma grande dificuldade em controlar o impulso de transar, a ponto da pessoa continuar tendo relação sexual mesmo sem sentir prazer.

Luciana Inocêncio, psicóloga e psicanalista, aponta a dependência ainda faz com que a pessoa se torne mais insistente com o parceiro para que eles venham a ter mais relações sexuais, e passe a se masturbar com mais frequência. “Outro sinal é usar mais do seu tempo e/ou do seu dinheiro com pornografia e prostituição, e abandonar completamente suas obrigações profissionais, familiares e estudos”, completa.

O vício em sexo acontece porque, de acordo com a psiquiatra Livia Castelo Branco, da Holiste Psiquiatria, transar libera substâncias relacionadas ao prazer, principalmente dopamina. Logo, o cérebro vai incentivar a prática sexual cada vez mais para que ele venha a se sentir compensado.

Quais são as causas do vício em sexo?

A compulsão sexual, assim como outros transtornos mentais, tem causa multifatorial, envolvendo fatores genéticos, da personalidade e da história de vida do paciente, além de fatores ambientais, físicos e emocionais
— Livia Castelo Branco, psiquiatra

Caso o paciente tenha histórico familiar de dependência química e de outras compulsões, como a de comida e a de compras, as chances dele ter compulsão sexual são maiores.

O mesmo vale para caso a pessoa seja impulsiva, tenha tido privação material e afetiva ao longo da vida ou ainda tenha sofrido abuso sexual na infância. Há ainda situações em que o vício em sexo é causado por outros transtornos psicológicos, como a bipolaridade, em que, nas fases de mania, a pessoa pode ficar obcecada em transar.

As consequências do vício em sexo

“Do ponto de vista físico podem haver lesões genitais, infecções sexualmente transmissíveis e perda de peso pela atividade física extenuante”, enumera Branco.

Já psicologicamente, o vício em sexo pode causar sofrimento psíquico, uma vez que a pessoa sente que perdeu o controle sobre o próprio corpo e em relação a vontade de manter relações sexuais por prazer. Esse sofrimento psíquico é visto por meio de ansiedade, irritabilidade, alterações no sono e dificuldade na concentração.

“O comportamento pode causar ainda isolamento social, conflitos familiares, prejuízo financeiro e redução da produtividade no trabalho”, completa a psiquiatra da clínica Revitalis.

É possível tratar vício em sexo?

Inocêncio explica que, como o vício em sexo é classificado como um transtorno mental, o principal tratamento indicado neste caso é a psicoterapia.

A busca pelo psiquiatra pode ser importante também. “Ele pode receitar remédios que diminuam quimicamente o desejo sexual, conseguindo, assim, minimizar os sentimentos de menos valia e de depressão associados ao quadro”, completa a psicóloga e psicanalista.

Os grupos de apoio também podem ser importantes aliados para que a pessoa consiga expor o que sente e se sinta acolhida ao ouvir histórias semelhantes a sua.

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