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Descubra como enfrentar os desafios após uma internação psiquiátrica

Descubra como enfrentar os desafios após uma internação psiquiátrica

Descubra como enfrentar os desafios após uma internação psiquiátrica

A internação psiquiátrica é um momento importante e intenso, de muito cuidado, mas um dos maiores desafios começa após a alta. Como retornar à rotina? Aos amigos e laços sociais? A reintegração social é parte importante do processo terapêutico e faz toda a diferença para a boa recuperação do paciente e evitar recaídas. Existe uma grande diferença entre o ambiente terapêutico e a realidade cotidiana. Os cuidados intensos, atenção direta e acompanhamento do internado são fatores importantes que deixam de existir na rotina diária de quem recebeu alta. Então como se adaptar a essa nova realidade? Como dar os próprios passos em direção a uma recuperação plena e saudável e assim poder criar uma rotina equilibrada, que transmita segurança? Descubra como enfrentar os desafios após uma internação psiquiátrica.

Esses desafios incluem adaptação aos novos ambientes, sejam eles familiares ou de trabalho, amigos ou outros vínculos. Isso exige paciência e estratégias contínuas de apoio. Segundo um estudo recente com 496 pacientes, publicado pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, o acompanhamento pós internação é essencial, exigindo inovação e construções coletivas entre outros fatores que não recaem apenas ao espaço institucional. A reintegração é um processo, que ocorre de maneira gradual, sem mágica, mas pode ser melhor organizado e adaptado a cada pessoa, respeitando sua individualidade e tempo. A seguir vamos esclarecer alguns passos importantes nessa jornada que vão ajudar e facilitar o processo de reintegração social.

Passo 1: A importância das pessoas mais próximas, como familiares e amigos

É essencial o suporte familiar e social mais próximo nessa fase. Demonstrar compreensão, evitar julgamentos e oferecer apoio emocional são atitudes importantes que podem ajudar a pessoa a se sentir mais à vontade e acolhida. Não só estar presente e apoiar, mas criar um ambiente leve, evitando cobranças e pressões. A participação ativa das pessoas mais próximas ajuda o bem-estar do paciente, mas já cria uma primeira ressocialização para ele. Este já se estabelece como um campo de interação onde ele pode agir tranquilamente e isso pode trazer confiança para que se reintegre a outros ambientes sociais mais complexos.

Além disso, pessoas próximas e interessadas devem sempre buscar informação e atualização para atender melhor as demandas de quem está passando por esse processo. O conhecimento pode ser um aliado para auxiliar no conforto do paciente e evitar situações que possam atrapalhar o seu processo de recuperação e reintegração. Portanto se você está lendo esta reportagem já é um ótimo sinal!

Passo 2: Continuidade do tratamento

Receber alta é um momento importante, de alegria e também de inseguranças, mas é importante compreender que isso não significa que o tratamento acabou. Pelo contrário, apesar da possibilidade de maior autonomia, todo o conjunto do tratamento precisa ser continuado, como consultas, acompanhamento clinico, análise da evolução do paciente, entre outros. Cada caso vai gerar uma demanda pós internação diferente, mas o que todas têm em comum é o desafio enfrentado pela pessoa nesse momento e a necessidade de se manter o acompanhamento profissional de quem recebeu a alta.

Grupos de apoio e outros recursos do tipo podem colaborar bastante nesse ponto. Conviver com outras pessoas que enfrentam o mesmo desafio não só transmite acolhimento e conforto, mas também incentiva a adesão contínua do tratamento. Sem contar que isso já passa a ser mais um ambiente de socialização. Um ambiente onde é possível conhecer outras histórias e experiências e fortalecer a própria jornada de quem está nesse processo. Essa troca é um fator crucial para o bem-estar do paciente.

Passo 3: Retomar trabalho e estudos

É muito comum o medo e insegurança para retornar aos ambientes de trabalho e estudo. Essa dificuldade faz parte do processo de readaptação e todos enfrentam essa angústia. É importante lembrar que as empresas e instituições de ensino precisam estar preparadas para esse tipo de acolhimento, oferecendo suporte, flexibilidade e combatendo estigmas. O retorno gradual pode ser uma boa alternativa, mas claro, cada caso é um caso e tem seu próprio ritmo.

O mesmo do ambiente familiar serve para trabalho e estudos: continua sendo importante um ambiente mais leve e com menos pressão, mesmo quando isso é difícil de ser proporcionado, deve-se lembrar que é uma necessidade de saúde para assistir esse paciente em seu processo de reintegração. É fundamental que a pessoa se sinta confortável nesses ambientes e perceba que tem uma rede de apoio, se sentindo mais seguro, confortável e gerando assim mais estabilidade emocional.

Passo 4: Estratégias para fortalecimento da autonomia

Para uma reintegração bem-sucedida são necessárias estratégias para lidar com os desafios do dia a dia. Desde a criação de uma rotina equilibradas, envolvendo atividades prazerosas até o desenvolvimento de habilidades sociais, para fortalecer a autoconfiança. A rotina e a repetição geram uma sensação de conforto e segurança e isso cria um ambiente propício para a autonomia do paciente e sua estabilidade emocional. Para estimular autonomia é necessária a sensação de segurança e isso só se constrói em um ambiente seguro e equilibrado.

Além da segurança e da estabilidade é preciso também compreender que não se pode controlar tudo e muitas vezes o paciente pode se frustrar ou não conseguir o que planejava, mas lidar com isso também faz parte do seu desenvolvimento. A diferença é ter sempre uma rede de apoio ao seu redor para contar em momentos como esse e para o incentivar a tentar outra vez. Outro fator importante é trabalhar a autoestima dessa pessoa, assim como suas habilidades de enfrentamento. Da mesma forma é positivo o estímulo a práticas esportivas, hobbies e outras atividades de rotina que vão trazer conforto, desafios e mais socializações.

Afinal, como podemos ajudar?

A reintegração social é um processo coletivo. Por mais que a alta seja para o paciente, o processo de transição entre o ambiente terapêutico e a vida cotidiana é um carrossel de desafios que demandam colaboração de toda a rede de apoio do paciente. Essa é uma trajetória onde a pessoa não deve se sentir sozinha e estar ao seu lado é uma busca e preocupação constante. O desafio da alta, portanto, não se limita ao paciente, é também um desafio coletivo.

Pequenas ações no dia a dia fazem toda a diferença, assim como a estuca ativa, o acolhimento, o combate ao julgamento, a busca por conhecimento e atualização desse conhecimento. Tudo isso colabora para criar um ambiente seguro e propício para o desenvolvimento da pessoa que está recebendo alta. É sempre importante lembrar que quem ajuda também precisa estar bem e muitas vezes também precisa ser assistido. Um ambiente seguro para o paciente pós alta precisa ser também um ambiente seguro para toda a sua rede de apoio. Assim a eficácia do tratamento é mais garantida e todos podem sentir mais segurança nessa jornada, sem temer tanto aos desafios.

Estudo citado:

FEISTHER, Lyandra Caroline et al. Acompanhamento de egressos de internação psiquiátrica no Centro de Atenção Psicossocial Ponta do Coral. Extensio: Revista Eletrônica de Extensão, v. 16, n. 33, p. 24-34, 2019.

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